A política, coração da transformação operada a 5 de Outubro, é a porta de entrada obrigatória de “Nós, Republicanos”. Os pontos cardeais do primeiro episódio são: a Constituição, os processos eleitorais, os direitos das mulheres e os símbolos nacionais. Muito poucos de nós terão lido a actual Constituição Portuguesa, mas todos conhecem, de modo quase instintivo, dezenas de direitos e deveres fundamentais assegurados dentro das fronteiras nacionais. Saberão os portugueses que uma parte significativa da Lei Fundamental que regula o funcionamento dia´rio do País nasceu na Constituição de 1911? Descubramo-lo. Migremos no tempo e vejamos como nasceu e foi promulgada a 21 de Agosto de 1911 a primeira Constituição da República Portuguesa, identifiquemos os seus pontos de contacto com a actual e os prenúncios de muitos outros só mais tarde plenamente consumados. Quando votamos hoje em dia – ainda em 2009 pudemos escolher os deputados que nos representam na Europa, o Governo de Portugal e as equipas que lideram cada câmara municipal do Pai´s – ou mesmo quando nos decidimos abster, ou votar nulo, optar voluntariamente por não ter voz em matérias tão importantes, sabemos que esse direito de escolha nos é entregue, gratuita e naturalmente, pelo simples facto de, algures, termos completado 18 anos de vida. Foi sempre assim? Não. Desde quando é que não é assim? Desde a I República. Aterremos suavemente nos primeiros meses de fulgor revolucionário: a 20 de Maio de 1911, é eleita a Assembleia Nacional Constituinte por sufrágio directo e universal. O processo conhecerá avanços e recuos, chegando a ser vedado, por exemplo, aos analfabetos, mas será, inegavelmente, uma conquista da I República. Seria legítimo dizer, hoje, a uma mulher que não poderia votar? Evidentemente que não. Mas esta hipótese tinha cabimento tranquilo no senso comum de há 100 anos. Contemos aos homens e mulheres de hoje a história de Carolina Ângelo, em 1912. A primeira mulher a votar serviu-se de uma ambiguidade legal mais tarde corrigida, mas desencadeou um movimento desafiador que atravessaria o século, até atingir a sua plena consumação na Democracia. Por fim, vejamos hoje as bandeiras nacionais nas janelas de todo o País. Os mastros diante dos edifícios oficiais, os pavilhões dos navios, as cores nacionais em material turístico, a Selecção Nacional de futebol, vestida de vermelho e verde, cantando o hino no início de um jogo e celebrando, no final, a vitória, num estádio que transborda de tons e gritos que traduzem, talvez melhor que qualquer outra coisa, o que quer que seja o espírito nacional. E embarquemos, depois, na viagem final do primeiro episódio: onde, quando, como, por quem e por que nasceram o Hino Nacional e a Bandeira. A batalha que dividiu e uniu Portugal até encontrar os seus símbolos matriciais, até à sua oficialização a 8 de Julho de 1911.
Os anos do Século - 5 de Outubro
Retrospectiva histórica dos últimos anos da Monarquia Portuguesa e do movimento revolucionário que levou à Proclamação da República a 5 de Outubro de 1910, no âmbito do seu 68º aniversário. Realizado por José Elyseu, este documentário com declarações do Prof. Dias Amado, do Coronel Carlos Vilhena, e de Vasco da Gama Fernandes, então Presidente da Assembleia da República.
Mini-série "República"
Quatro mini-séries de dois episódios, cerca de oito horas de programação em alta-definição e as palavras do director de programas, José Fragoso, que garante que este é “um dos maiores projectos de sempre de ficção da RTP” – sem quantificar. "República", "O Segredo de Miguel Zuzarte", "A Noite do Fim do Mundo" e "O Segredo da República" são as mini-séries que a RTP começa a exibir em horário nobre em finais de Setembro para assinalar o Centenário da República.